A Zona dos Barros de Beja, é a única zona do país com uma profundidade média capaz de produzir cereais, com produções médias por hectare que justifiquem a sua exploração. Recentemente, com a eminente escassez de cereais, voltou a olhar-se com alguma importância para este tipo de solos e isso devia fazer-nos reflectir sobre a sua importância estratégica, tendo em conta a sua aptidão agrícola.
Já não bastava a politica agrícola vigente, cega e irresponsável, que desprezou a produção cerealífera, senão agora a ocupação destes solos com a plantação de olival intensivo. Não estão em causa as quotas para a produção de olival, tão pouco se os empresários agrícolas são portugueses ou espanhóis, o que me merece desacordo e preocupação, é o facto de o Estado não ter definido que tipos de solos poderiam ser ocupados pelas quotas de olival, salvaguardando os Barros de Beja da acção esgotante a que vão ficar sujeitos, quando os espanhóis virarem costas. Pois é que o olival intensivo é só por uns anos, depois esgota-se, porque o solo também se esgota.
O que estão a fazer é um abuso e de uma irresponsabilidade ao nosso melhor nível, mas não é nem mais nem menos do que lhes é permitido.

saudações alentejanas !!!
Infelizmente cada vez a acontecer mais ...... onde é que isto vai para ?
Haja saúde !!!
IVO,
Vai parar à situação de esgotamento e erosão dos solos quando os olivias saírem. É pena!
De facto a zona dos Barros de Beja é singular a nível nacional sendo igualmente notável pela sua fertilidade e conhecimento acumulado ao longo de gerações de agricultores sobre esta zona. Contudo, o abandono agrícola decorrente da crescente urbanização conjuntamente com uma preversa ideia de que o que é rural é mau agudizam o problema do uso consciente desta zona para nosso próprio proveito e o problema está aí à porta: corremos o risco, com esta invasão de olivais espanhois (e portugueses sem sentido de desenvolvimento sustentável), de perder estes solos para sempre devido à erosão, contaminação e urbanização de forma irreversível. A conservação dos solos passa não só pela delimitação séria do que se pode fazer a nível local (o velho problema do ordenamento) como pela interiorização que apenas aplicando sistemas de produção mais ecológicos e prática de agricultura de conservação poderá ainda salvar o alentejo desta calamidade. Os nossos netos agradecem, mesmo que os meus não tenham tido o avô deles a viver no Alentejo, como é o caso (infelizmente).
EDUARDO,
Se nós reconhecemos o atentado, como é que os técnicos do Ministério da Agricultura têm a coragem de assobiar para o lado? No futuro os netos destes senhores vão concerteza sentir vergonha de um dia saberem que o avô foi técnico do MA.
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