A sociedade em todos os seus aspectos, será que tem a capacidade de se autoregular? Não me parece!
É aqui que pode entrar o indispensável papel do Estado, regulando e disciplinando aspectos que a sociedade por si só não consegue resolver, é o caso do uso de tabaco nos restaurantes.
Hoje enquanto almoçava num restaurante, entrou na sala, que estava cheia, um casal com um bébé. Na mesa ao lado, dois senhores com ar bem afirmativo, que antes de pedirem a ementa já tinham pedido um cinzeiro. Fumaram 2 ou 3 cigarros cada um, antes de começarem a comer. Eu estava sózinho e ia tripartindo a minha atenção pela televisão, pelo casal do bébé e pela mesa dos fumadores. A sala ia ficando com o ar completamente enfumarado e as bestas continuavam a fumar, não ligando nenhuma para quem ali estava.
- Olhe desculpe, não me leve a mal mas o fume está a incomodar-me. Disse eu enquanto um deles se preparava para acender mais um cigarro. Fui fuzilado com um olhar de espanto e desagrado mal disfarçado, mas ainda assim atendido no meu pedido. Para falar a verdade, incomodava-me mais a atitude deles do que o fumo, principalmente por causa do bébé que não estava ali por opção própria e fumava a uma velocidade equivalente a 20 ou 30 cigarros /hora.
Bom, tudo isto era perfeitamente contornável e evitava atritos desnecessários entre as pessoas, se o Estado já tivesse regulado sobre isto.
Há uns meses falou-se na hipótese de o governo seguir os exemplos mais fundamentalistas e proibir o uso de tabaco em todos os estabelecimentos, inc. bares e discotecas. Julgo que onde era fundamental (e chegava), era nas salas dos restaurantes, onde as pessaos (crianças, asmáticos, não fumadores) tem todo o direito de fazer uma refeição livre de tabaco e não têm que estar a passar pelo incómodo de se confrontar com os mais distraídos ou menos civilizados.
Proibição de fumar em restaurantes já!