Se me for permitido, julgo que sim, desenvolverei aqui uma teoria que passo a designar por Teoria da Inutilidade.
Inutilidade - falta de utilidade; coisa sem préstimo; incapacidade ou nulidade.
A Teoria da Inutilidade, tem como principio fundamental justamente a falta de utilidade das coisas, quando integradas em determinado contexto.
Pois, eu sei que colocar as coisas desta forma é vago e não sustenta a Teoria. Vamos então a factos:
Madalena, recém-licenciada, 17 valores, conseguiu trabalho (é um feito). Na empresa da Madalena o que lhe é pedido, enquanto técnica superior, é que caminhe na frente, desenvolvendo métodos e técnicas de trabalho que acrescentem valor ao trabalho desenvolvido pela empresa. Não é isto que ela faz, tem a cabeça cheia de informação debitada por um sistema de ensino estupido e não sabe o que fazer com ela. Age como alguém que tendo uma chave de parafusos na mão, mas não sabe o que é um parafuso.
Os Carros, hoje em dia vêm super equipados, computadores de bordo para análise de consumos e distancias percorridas, célula de percepção pluviométrica com accionador automático do limpa pára-brisa, avisadores de obstáculo para faciliatr o estacionamento e muitas outras coisas. Acontece que há dias um agente da PSP, mandou-me parar porque eu circulava com o meu carro à noite, sem o médio direito. Em absoluta infração, deixou bem claro o agente que não me autuou, mas podia tê-lo feito. Assim todas inovações que um carro possa trazer, transformam-se em perfeito disparate, só porque que aquilo que é fundamental falta. Porque raio é que o meu carro não trás de fabrica um avisador de erro de sinalização luminosa?
A Televisão Pública, assim designada para se distinguir dos restantes canais, relativamente ao serviço que presta, ou que era suposto prestar. Não seria útil a Televisão Pública ter programas sobre prevenção rodoviária, sobre saúde, sobre educação, direito de consumo, fiscalidade, etc.. Sem isto para que precisamos do serviço público de televisão?
Os Telemóveis, têm câmara fotográfica, filmam, têm jogos, têm mil e uma funções. Mas se eu quiser enviar uma mensagem de voz, será que dá?
O Natal, ... o Natal, pois claro comemora-se o nascimento de Jesus. Não é do Pai Natal pois não? Não sei porquê agora só me ocorre aquela notícia dos milhões de euros que se gastaram por minuto, ou será que foi por segundo.
As Nossas Mentes, para que servem se não opinarmos, se não desenvolvermos sentido crítico?
Descobrirmos nós próprios o sentido e a utilidade das coisas, a criatividade na aplicação dos saberes e do conhecimento, julgo que esteja aqui o segredo no sucesso pessoal e profissional das futuras gerações. A informação e o conhecimento vão estar mais acessiveis que nunca, vão ter êxito aqueles que souberem fazer uso deles.
(Para que nada pareça inútil)
Foram necessárias três décadas de democracia para conseguirmos produzir um efeito invulgar, um país socialmente ao contrário. Um governo de esquerda, com maioria absoluta, a produzir medidas de direita, de tal forma que a própria direita está indignada. Ouvir o Professor Marcelo pedir que não se brinque com coisas sérias, a propósito das politicas para a saúde e para a justiça, na forma e no tom em que o fez, é de facto extraordinário.
O Governo concede nacionalidade portuguesa por naturalização, aos cidadãos estrangeiros que demonstrem conhecer suficientemente a língua portuguesa. Para o efeito publicou em portaria os critérios de aferição de conhecimentos, aprovando os modelos de testes. Pelo sim pelo não, cá em casa já todos fizemos o teste e estamos à procura do modelo espanhol.